sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fairy Tale

Era uma vez um jovem rapaz que sonhou com uma fada e absurdamente por ela se apaixonou.

Ele era um garoto comum, nada demais. Era feliz, ou quase isso, mas sabia que podia ser melhor, que podia ser mais forte. Era um mortal que queria viver intensamente, que queria fugir de lugar nenhum. Que não queria nunca mais sentir frio mesmo estando com calor e por isso se entregou à tão estranha paixão. Pobre tolo.

Ela era doce, pequena irreal. Não era a mais linda das fadas, mas com certeza a mais encantadora. Fascinante. Mágica. Perfeita. Impossível não se apaixonar por onírica criatura tão pura. A inocente vilã desconhecia os perigos da paixão e se deixou levar neste emocionante brinquedo.

Ele um sonhador.

Ela era irreal.

Na brincadeira de amor ele não percebeu que ela era frágil demais em sua perfeição. Ela não podia carregá-lo, não podia amá-lo. Ele que queria calor percebeu que fadas não têm sangue, não esquentam.

A fada, com suas delicadas asas pequenas, não queria realizar grandes vôos.

Ele, sem asas, só queria voar.

E acabou assim. A forte luz da realidade invadiu o quarto e o rapaz acordou. Ela não existe mais, não iria sentir dor. Ele, cordial cavalheiro, sentiu pelos dois.